Os/as educadores/as brasileiros/as estão consternados/as com a tragédia que aconteceu, na manhã do dia de hoje (26/09), na Escola Municipal Eurides Sant’anna, unidade educacional da rede de ensino municipal de Barreiras, cidade localizada no oeste baiano. Estamos em profundo luto no dia de hoje. Um jovem invadiu o local portando uma arma de fogo, um facão e uma bomba caseira. Quando entrou no colégio, atirou duas vezes: na entrada e já dentro da edificação da escola, atingindo fatalmente uma estudante cadeirante. Geane da Silva Brito, de 20 anos, foi socorrida imediatamente, mas já estava sem vida.
Não se sabe ainda as motivações do jovem atirador que entrou na escola com a arma. E tampouco se confirma se o mesmo é estudante do colégio. As informações ainda são poucas e inconclusivas. O que se sabe por ora é a atual situação do país: a proliferação de armas de fogo a partir das campanhas públicas de armamento do atual governo, e também de suas políticas deliberadas de liberação do armamento da população civil brasileira, não poupa nem nossas escolas.
A escola deve ser um território livre de armas e, sobretudo, um espaço de fomento à paz. Os valores mais caros de toda sociedade se aprendem e se consolidam nesse espaço de aprendizagem. A educação como direito social inalienável de todo ser humano deve garantir a segurança e o ensinamento da boa convivência social, com tolerância a todas as diferenças. É estarrecedor o que aconteceu hoje na cidade de Barreiras!
É urgente que tomemos consciência enquanto nação do perigo que se avizinha com essa quantidade enorme de armas que está sendo liberada desde a nova legislação federal, de 2021, que afrouxou as regras de registro, posse e comercialização de armas de fogo no país. Que o Brasil não importe para cá o péssimo exemplo que vem dos Estados Unidos, onde existe uma enorme permissividade ao porte de armamento letal pelos cidadãos e população civil em geral, o que causa por lá, de forma recorrente, atentados em escolas e espaços públicos.
Os/as educadores/as de todo o Brasil se solidarizam com os familiares e com toda a comunidade escolar de Barreiras, atingida em cheio com essa tragédia. Que a Polícia Civil da região investigue com celeridade esse crime que se abateu sobre o país no dia de hoje. Hoje todos/as choramos por Geane!
Brasília, 26 de setembro de 2022
Direção Executiva da CNTE