Dados do último Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que, em 2022, 58% dos alunos de cursos de licenciatura (destinados à formação de professores) abandonaram a faculdade antes de concluir o curso.
Diante desse cenário, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados promoveu, na última quinta-feira (12), uma audiência pública para avaliar o impacto dessa crescente taxa de desistência.
Os baixos salários, a desvalorização da carreira de professor e a ausência de políticas de estímulo à formação acadêmica são alguns dos fatores que contribuem para a menor procura pelos cursos de licenciatura. Pesquisa do Instituto Semesp, de 2022, apontou que o Brasil poderá enfrentar déficit de 235 mil professores na educação básica em 2040.
Enem e Educação
Ainda Segundo Magri, há alguns apontamentos nesse diagnóstico, como a atratividade de estudantes do ensino médio para os cursos de licenciatura, a permanência e conclusão nos cursos, a oportunidade de ingresso nas redes estaduais e municipais por meio de concursos públicos e a formação adequada.
“Precisamos atrair os jovens para a carreira do magistério, fazer com que o estudante de licenciatura permaneça nos cursos e ajudá-lo a ingressar nas redes. Temos uma série de ações a serem feitas para que a gente consiga que esse profissional se estabeleça nas redes. Estudos mostram que os três primeiros anos são decisivos para a permanência do professor na carreira”, informou.
A coordenadora também observou outra questão que tem sido discutida: a melhoria e o maior rigor na regulação dos cursos de licenciatura ofertados na modalidade a distância. “A gente não tem nada contra o uso das tecnologias e o uso para formação dos professores, mas entendemos que a formação de professores é uma formação humana, que requer interação e socialização.
Então, insistimos na necessidade de que pelo menos 50% do curso seja presencial”, concluiu.
Também participaram da audiência o coordenador-geral da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, João Moura; o auditor federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, João Ribeiro; a procuradora da República, Letícia Benrdt; a professora de Educação Especial da Rede Estadual de São Paulo, Márcia Longuinho; a representante da Coordenadoria-Geral de Ações Temáticas e Diversidade do Ministério das Mulheres, Poliana Rezende; e a secretária de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Rosilene Lima.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias e da Assessoria de Comunicação Social do MEC .