A queda do número de estudantes matriculados nas Escolas Municipais de Jequié é uma realidade. Em 2014 havia em torno de 17 mil estudantes matriculados na Rede Municipal de Ensino. Já em 2015 constatou-se em torno de 15 mil matriculados. Neste ano de 2016, o número está na de média de 13 mil estudantes matriculados.
Diante desse cenário, uma das alternativas aplicada pela Secretaria Municipal de Educação tem sido remanejar os estudantes para outras escolas ou turmas e fechar salas que apresentam número inferior ao da Portaria de Matrícula de 2016. E é provável que fechar escolas também seja a tendência para o futuro próximo se o Município não instituir a educação como prioridade.
A distância entre a escola e a moradia certamente influencia no afastamento dos estudantes. Muitas escolas funcionam próximas ao centro e distantes da periferia, onde vive o maior contingente de possíveis estudantes. As dificuldades impostas pelas condições sociais e o transporte escolar ineficiente contribuem para que menos pessoas queiram estudar.
O estudante que não encontra na escola aprendizados que façam sentido na sua realidade se mostra desmotivado e propenso a desistir. As disciplinas e currículos, para muitos dos estudantes, são muito “escolares” – no sentido negativo de que só trazem saberes significativos no contexto da escola e nunca fora dela – o que acaba afastando jovens e adultos das salas de aula. Talvez essa hipótese seja a que mais implica em uma mudança de postura da escola. Repensar a fundo os currículos de forma a aproximar mais os mundos de dentro e de fora da escola.
Falta de investimento e financiamento na educação pelo Município, pois sem esses não há como estimular a criação de creches e implementar a estruturação das escolas, fazendo com que impulsione as matrículas e garanta o direito social importantíssimo, que é o acesso à escola.
A preferência em matricular-se nas escolas estaduais pela maioria dos estudantes do Ensino Fundamental precisa ser considerada como fator da queda de matrículas. Essa problemática é devido à falta de políticas integradas entre estado e município.
Há também estudantes que deixam de se matricular no ensino regular e esperam completar 16 anos para então fazer supletivo do ensino fundamental ou outras avaliações que não exigem maior tempo de permanência no espaço escolar.
As escolas com período integral precisam oferecer oficinas que estejam associadas ao seu projeto pedagógico, livrando-se da ideia de apenas manter a criança na escola em tempo integral sem haver a articulação das atividades nela exercidas.
A Creche e a Pré-escola também ainda estão longe de serem universalizadas em Jequié, e isso contribui drasticamente nos números de queda da matrícula.
Houve também uma significativa transferência de estudantes para a rede particular. Algumas famílias têm como segunda maior prioridade matricular filhos em uma escola privada. Esse desejo vem logo depois da alimentação.
Essas situações aqui citadas são algumas dentre os diversos problemas que contribuem sim para a queda de estudantes matriculados no município. É só observarmos e refletirmos mais sobre esse assunto.