A troca constante de cargos de Diretores, Vice-Diretores nas Escolas Municipais de Jequié indica que a realidade da educação municipal vai na “contramão” da educação de qualidade. A preocupação é com políticas públicas e a continuidade das atividades pedagógicas que são afetadas devido ao troca-troca de pessoas desses cargos.
A Educação Municipal só perde com a descontinuidade, pois o que preocupa quando há a troca é a demora para que aquilo que estava em andamento seja retomado. Além da problemática da descontinuidade, há outras situações preocupantes: a maioria das pessoas nomeadas para os referidos cargos não pertence ao Quadro Efetivo do Magistério Público Municipal de Jequié, não tem experiência e nem o conhecimento necessário do funcionamento da Rede Municipal de Ensino de Jequié, e algumas dessas pessoas não têm disponibilidade de tempo para cumprir com a jornada de trabalho exigida.
Só no ano de 2015 foram levantadas 27 nomeações de pessoas para esses cargos, isso sem contar as nomeações dos anos anteriores. Esses números foram constatados através das publicações dos Decretos no Diário Oficial do Município de Jequié. Nos meses de novembro e dezembro, foram exoneradas 69 pessoas que ocupavam esses cargos. Essa situação só comprova o quanto a folha da educação tem sido penalizada com tantas nomeações, prejudicando inclusive a continuidade do trabalho pedagógico na unidade de ensino.
É observado no Diário Oficial do Município de Jequié, que em 2016 não será diferente, pois de janeiro a abril deste ano já foram publicadas 49 nomeações e 19 exonerações. Uma verdadeira “farra”!
Essas nomeações ou mudanças contínuas são, de fato, uma negociação para preencher cargos e agradar partidos, o que obviamente prejudica muito a educação e descumpre a legislação educacional nacional e municipal (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: 9394/96; Lei Orgânica do Município de Jequié: 1.130/1990; Estatuto do Magistério Municipal: 1.445/1998)
A categoria de professores espera que o governo crie medidas que permitam a valorização da educação e dos profissionais de carreira e dê um basta nas indicações de apadrinhados políticos.
A APLB Sindicato defende o processo de eleição com participação direta da comunidade escolar, trabalhadores em educação, pais e alunos, por entender que o cargo é de confiança da comunidade e não de políticos que, geralmente, indicam seus cabos eleitorais, em sua maioria sem formação adequada para o desempenho da função. “Nosso objetivo é lutar por qualidade na educação pública e não seremos coniventes com essa situação”, afirma a Diretora da APLB Sindicato de Jequié Caroline Moraes.
A APLB Sindicato informa que não compactua com essa forma de indicações de diretores e vice-diretores, repudia a atitude e condena quaisquer que sejam as ingerências políticas nas unidades de ensino por entender que a atitude traz sérios prejuízos a oferta de ensino público de qualidade.
APLB-SINDICATO
64 ANOS NA LUTA POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE E NA DEFESA DA DEMOCRACIA!